sábado, 12 de novembro de 2011

Saiba um pouco mais sobre as bandas que estarão na 9ª edição do Cena

BANDA RADARES
 
A Barda Radares iniciou as suas atividades em meados de 2008, após a fusão de duas bandas “Decadência” (Rock) e “Resistores” (Hardcore). Formada por moradores do complexo de favelas V8 e V9 no bairro do Varadouro em Olinda, esses músicos passam em suas letras um pouco da realidade de quem vive na periferia, com letras que transmitem mensagens sobre “violência, política e esperança”, refletindo assim o cotidiano de quem mora nas favelas. Com isso a banda Radares iniciou uma ação em defesa da comunidade marcada pela violência e exclusão social. E em 2010 essa banda juntou 17 canções, lançando assim o seu primeiro CD, intitulado “Ilusão”.
 
JORGE RIBA
 
Foi como sambista, ou tocador de bateria de escola de samba e nos terreiros de candomblé que Jorge teve o seu primeiro contato com a música. Sócio fundador dos primeiros afoxés de Recife e um dos primeiros compositores de música para estas agremiações, foi um dos maiores incentivadores à criação dos blocos afros e afoxés do estado, buscando sempre o reconhecimento e valorização da identidade negra pernambucana. Fundador do afoxé Aalafin Oyó, Jorge Riba desde o inicio buscou a congregação e fortalecimento das ações afirmativas em nosso estado. Em definitivo como sambista Jorge vem atuando há 29 anos em palcos e  festivais de Recife e Olinda e também fora do estado e do país, sendo responsável por rodas de sambas onde se reúnem tradição da velha guarda com o bom gosto dos amantes do samba de raiz.
 
SKA MARIA PASTORA
 
Formada em 2008, o Ska Maria Pastora é um projeto de música instrumental de músicos pernambucanos que possuem em comum o gosto pelo ska, reggae e naturalmente pelo frevo. Influenciada por Capiba, Nelson Ferreira, The Skatalites principal expoente do ska, que misturam a música européia com a caribenha, a Ska Maria Pastora usa as harmonias de clássicos do frevo para envenenar a musica jamaicana. O resultado é uma música efervescente e dançante, tipicamente nem refinada, nem popular, mais altamente universal e de pura identidade. A banda lançou nesse segundo semestre de 2011 o seu primeiro álbum intitulado “As Margens do Rio Doce”. A banda vem conquistando cada vez mais público, participando de festivais no Recife, Olinda e em outros estados brasileiros.
 
MARCELO SANTANA
 
Pernambucano de Casa Amarela (Recife), Marcelo Santana tem na essência de sua música a fusão de diversos tipos de culturas e ritmos, tais como: reggae, maracatu, caboclinho, coco de roda, baião, ciranda, afoxé entre outras. A sua composição “América Central” foi classificada entre as melhores do ano de 1988 e 1989 no Projeto Espaço Aberto da Fundação Joaquim Nabuco. De lá para cá, Marcelo Santana desenvolveu um estilo próprio, com várias influências da música popular do Brasil, mais também da música mundial, sobretudo a jamaicana. Carregada de ska, dub, reggae, ragga, entre outros ritmos. Navegando nesse universo sonoro, Marcelo trouxe para o seu trabalho uma função social, produzindo música de transformação e reflexão. Seu mais novo trabalho é o CD “Ska, Reggae e Dub” que será lançado até o final de 2011.
 
GRUPO BONGAR
 
O Bongar é formado por seis jovens integrantes do terreiro Xambá, do Quilombo do Portão do Gelo em Olinda. Tem como propósito levar aos palcos a tradicional Festa do Coco Xambá, realizada na comunidade há mais de 40 anos. O Bongar tem um trabalho voltado para a preservação e divulgação da cultura pernambucana e a formação cultural de seus integrantes tem origem no universo popular, especificamente na comunidade religiosa Xambá.  O grupo mostra em suas apresentações toda a musicalidade do coco da Xambá, uma vertente desse ritmo tão presente no Nordeste do Brasil. Além de ciranda, maracatu, candomblé e outros ritmos da cultura raiz. Sua forte musicalidade, advinda de diversas influências musicais vivenciadas nos cultos afro-brasileiros, principalmente na linhagem Xambá, é herança deixada desde a infância aos integrantes do Bongar.
 
DONA DEL DO COCO
 
Dona Del do Coco, nascida e criada na Zona da Mata norte de Pernambuco, herdou dos seis pais e avós a arte da cultura musical, sendo o seu pai sanfoneiro e seus avós dominavam também o coco e a ciranda. Na sua infância costumava sempre cantar enquanto trabalhava na roça. Após passar 9 anos no Rio de Janeiro, na década de 80 Dona Del volta para Pernambuco, dando continuidade na composição de suas músicas. Foi quando surgiu a oportunidade de sua primeira apresentação a ONG SOS CIDADÃO, e a partir daí iniciou a sua trajetória de apresentações.
 
SHIFTY SIDE
 
Ironicamente criada no mês que tradicionalmente é dedicado ao Carnaval, surge a banda Shifty Side em Fevereiro de 2007, trazendo para Recife batidas de rock e hardcore. Na raça a banda lança o seu primeiro EP “Caindo Sozinho” já em 2009 eles entram em um estúdio para gravar de forma independente o CD intitulado “11 Segundos”, mostrando um trabalho mais sólido, criativo e com muita identidade que foi lançado em Dezembro de 2009.  Hoje se consolidam como uma das bandas mais influentes na cena local de hardcore em Pernambuco, que os levam a participações em festivais, programas de TV, execuções nas maiores web-rádios e convites em coletâneas de rock nacional e internacional. Tendo como influência bandas como: NX Zero, Dead Fish, Queens of The Stone Age, The Used e outras, a Shifty Side se prepara para o lançamento do segundo CD intitulado “Máquina Humana”, marcando a entrada de Balis na bateria, o que deixou a banda com uma nova pegada, com mais sonoridade e mais alternativa.
 
COCO DO TORÉ PANDEIRO DO MESTRE
 
O Pandeiro do Mestre é um dos grupos de coco mais requisitados de Pernambuco, constantemente apresentando em festivais importantes do estado. A banda veio animando os principais palcos e bares da Região Metropolitana do Recife, onde também está inserido o coco como uma das diversões adaptadas nas cidades, uma manifestação popular da diversidade cultural nordestina. O coco de toré que domina o repertório do Pandeiro do Mestre é uma forma de expressão fortemente influenciada pelos ritmos do coco-de-roda da região agreste-sertão e pela musicalidade do toré, ritual dos índios do nordeste brasileiro. O grupo também canta as cirandas de Baracho e da autoria de Nilton Jr. As poesias e as melodias criadas pelo compositor Nilton Jr. descrevem, representam e captam os sentimentos dos muitos, não somente da região, mas dos ouvintes fora do estado e do país. Nos últimos anos, o grupo foi convidado para realizar os shows fora do estado. A demanda dos artistas que procuram música com conteúdo cultural, Nilton Jr. freqüentemente recebe pedidos de compor cocos. O grupo Pandeiro do Mestre surgiu como um projeto paralelo da lendária banda Chão e Chinelo (Integrantes: Maciel Salu, Rodrigo Caçapa, Gustavo Vilar, Guilherme Medeiros, Márcio Costa e Nilton Jr.) que fez sucesso na década de 90 internacionalmente, junto com outras bandas referenciais da época: Mestre Ambrosio, Comadre Fulozinha, Chico Science & Nação Zumbi e Cascabulho. Aos poucos nasceu um repertório de composições próprias e linguagem característica. O nome PANDEIRO DO MESTRE é emprestado de um coco composto por Nilton Jr (hoje o único remanescente da primeira formação), que presta homenagens à banda Cascabulho, ainda no tempo em que a mesma fazia um projeto itinerante pelas feiras da capital e do interior pernambucano, mostrando a música de Jackson do Pandeiro.
 
CAVALO MARINHO BOI PINTADO
 
Criando-se aos redores da casa do Mestre Batista na Chã de Camará em Aliança, onde trabalhou muito, desde cedo com o cultivo da cana-de-açúcar Mestre Grimario esquecia-se de si mesmo e pegava-se brincando, imitando aquela figura para ele patriarcal com a brincadeira do Cavalo Marinho, utilizavam de garrafas, latas e matos que arrancava para se fazer do Nego Mateus e após muito “faz de conta” em brincadeiras com outras crianças, ele foi tornando-se folgazão, começou como “daminha” onde os garotos se vestiam de menina (pois na época ainda era proibida a presença de mulheres nas tradições culturais daquela região), foi adquirindo as figuras de “Seu Ambrósio”, onde recebeu um troféu como melhor figureiro, o “Pisa Pilão” dentre outros até tornar-se mestre, mestrando o cavalo marinho do Mestre Batista. Devido sua necessidade artística de ter seu próprio brinquedo vivendo desde a infância acompanhando os mestres mais tradicionais desejava fazer “algumas modificações” na brincadeira, então em Abril de 1993 criou o seu próprio brinquedo, e o intitulou de "Boi Pintado" em homenagem a um boizinho que ele estimava muito quando criança, chamado pintadinho. Hoje Mestre Grimario e o seu "Cavalo Marinho Boi Pintado", são referencias dessa tradição da Zona da Mata Norte em Pernambuco, onde ela mescla a tradição com modernidade, levando o nome do nosso estado para outras regiões e até no exterior.
 
 
Texto por Cristiano Jerônimo
 

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